sábado, 12 de dezembro de 2009

O outro lado


O outro lado.


Nem anjos, nem demônios:

a autópsia deles.

Nem gnomos, nem dragões:

a autópsia deles.


O que imagino de lá, extingue-se -

como pensar em diversas formas de morte

para que nenhuma aconteça

ou eu morra mago, um nobre vidente.


O outro lado.


Como parar a moeda em pé?

Permita-me Einstein. Grite-me Papa.

Acalme-me Buda. Sussurre-me Alá.

Sem truques, como pará-la?


Eu escuto o lado B dos discos

para esconder o lado A.


O outro lado.


É o orgasmo, querida,

o que mais aproxima-nos dele -

pois não conhecemos o amor.


Que nós, apaixonados pela falta de amor próprio,

elejamos chave, o orgasmo -

que dissolver-se-á antes, sempre antes,

de chegarmos ao portal.


O qual imagino todo mar

cristalizado em única,

imensa, bela e tenebrosa onda

(só para que não seja) -

como pensar em diversas formas de morte

para que nenhuma aconteça

ou eu morra mago, um nobre vidente.

2 comentários:

Inez disse...

Ah eu já tinha passado por esse blog, gostei bastante, os poemas são muito bons.

Mattheus Rocha disse...

Só conhecia seu Blog 'Pobre Esponja'. Não imagina que também escrevia poesias. Show de bola !!!