quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Dentro da prancha do menino eu vou
Dentro da prancha do menino eu vou
correr atrás do meu destino
semana atrás um outro despencou
vendia Bis biscoito de polvilho
Dentro da prancha do menino eu vou
no balançar dos trilhos
Dentro da prancha do menino eu vou
ferrorama de quem não tinha
comida só peixe peixinho
caco-de-vidro para o fim da linha
Dentro da prancha do menino eu vou -
se ele ficar a prancha vai sozinha
Lugar reservado a quem arrisca:
é proibido não fumar no vagão da faísca
é proibido surfar mas ele nem liga
tira onda é o rei é o rei da barriga
Fosse o seu filho
tivesse outro pai
ou pelo menos um
que não se embriagasse
para fazer mansão
barraco de favela
Dentro da prancha do menino eu vou
tentar a sorte nessa vida
Para comer melhor, para beber melhor
para comer sem acabar comida
Dentro da prancha do menino eu vou:
entre a fé e a ferida
Dentro da prancha do menino eu vou
com a multidão sem rosto
São Silvas sim Silvas de quem
renomeia a gosto
Dentro da prancha do menino eu vou
comprar Mentex Chokito com troco
Para quando o guarda estiver
silêncio ao invés do Sufflair
lição ao invés do recreio
dentro da mochila: receio
Fosse a sua mãe
sem pai de sustentar
a mulher e os filhos
Que crescem crescerão
a Deus dará só
não se sabe o dia..
Cidadão das nuvens
Renato Silva
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Um comentário:
Salve, Renato!
Andas em nuvens, menino?
Sempre bom o suco de tua poesia.
Lima... Limão... Limonada!
:)
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