Assassinos lacrimejaram em um berçário.
Cercado por familiares que
em gestos pré-infantilizados
tentavam comunicação
não com o predador a se arquitetar
mas com a formalidade ou
o amor ao próximo Rita Baiana:
sem frescura, atietado de tão nobre
descalço se preciso:
amor que nunca cora –
o único deveras.
Na cena mais bela
que a natureza pode proporcionar-nos
amamentaram-se.
Não consta que assassinos não se alimentam -
assim como padeiros, poetas e prostitutas que
com assassinos lacrimejaram em um berçário
ao lado de futuros pecuaristas e jogadores de futebol –
ainda que algum desses não tivera tempo
de driblar a pré-mortalidade ou tristeza que a valha
para errar dois escanteios.
Não consta que atletas nascem barbados.
Nestes pensamento apego-me
ante a ferida dos golpes
para não julgar mal um bebê:
uma rosada bochecha lançada à escuridão
sem nenhum destino traçado
exceto o de ser refém do meio.
Ele: a faca.
Eu: a concentração e o “ter com quem nos mata lealdade”.
Assoprarei sua barriga.
Com um sopro canivete
transbordarei sua boca em sorrisos –
são esses os glóbulos dele.
Nestes pensamentos apego-me.
Sobreviverei.
3 comentários:
Muito legal. Parabéns =)
Me senti meio distante lendo.
Acho que todos somos iguais, o que nos diferencia são nossas ações.
http://karloalmeida.blogspot.com/
to seguindo
;p
Ué, sou de Goiás...Tenho interesse sim em participar desse grupo aí de poetas...me informe direitinho...
add aí : bruna.a@hotmail.co.uk
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