Há um maestro cuja
apresentação à beira
do Viaduto do
Limão (quando
tentava, o caos, regê-lo)
rendeu-lhe semi nu
a fuga do corpo que
escapara do
manicômio.
Quando madrugam incotinências nas
rachaduras de meu
humilde
teto
o músico aparece a
reger o som úmido
quase incolor de
alguma sujeira das gotas
enfatizando sempre
o mesmo refrão:
"Suas goteiras necessitam
menos de argamassa que maestros"
Música,
travestida de átomo que sou,
escuto de soslaio.
"Suas goteiras necessitam
menos de argamassa que maestros"
As baquetas estão sujas
de arroz empapado.
"Suas goteiras necessitam
menos de argamassa que maestros"
Me fala que morrer dói nada:
é uma aranha morosa,
asas possue,
azul ela pica -
do primeiro azul que a gente viu na vida.
"Suas goteiras necessitam
menos de argamassa que maestros".
Eu concordo.
Não antes da convulsão albina, ele desaparece.
Um comentário:
Gosto da densidade que antecede ao sol.
:)
Postar um comentário