terça-feira, 6 de outubro de 2009

Não crê no homem, mas acredita na humanidade


Competem dois ventos.

De uma sacola plástica, vale-se o primeiro;

de uma página de jornal, o segundo.


Encarnado em uma tampa Coca-Cola,

figura transversal aos que pelejam,

um terceiro, linha de chegada, aguarda epilético.

Esgotado o embate,

organizar-se-á o segundo,

cuja arbitragem ficará a cargo do vento derrotado;

cabendo

ao vencedor

duelar com o que os bandeirava,

em rua subseqüente e na carne de outra coisa -

a nota C do exame, o fio da barba algodão,

o grão de areia, a bituca lançada pela mulher,

o endereço do melhor dentista de São Paulo,

a rabiola viúva, a embalagem vazia, etc.,

a mosca quase

morta.

E assim, asfalto pós asfalto, até que,

em forma una e indivisa,

os ventos acordem com o ideal de,

por outras bandas,

as árvores destruí-las e,

suas sementes,

espalhá-las,

assinando ventania, tão

somente, ventania.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá ví sua comunidade no orkut, e estou passando por aqui para conferir seu trabaho. Parabéns pela sua expressão.

Abraço.